Eu me encontrava sentado em frente de meu computador tentando terminar um conto que começara na noite anterior, o café ainda não havia entrado em minha vida. Dormi pouco e por isso mesmo em um primeiro momento pensei estar alucinando, e não tenha olhado de uma vez diretamente aquilo. Foi com minha visão direita que percebi o cintilar forte e sedutor que me atraia tanto, e certa estranheza, pois me encontrava no pequeno quarto com pouco acesso de luz, mas havia luz. Aquela coisa parecia assentada em uma forma longitudinal, esguia, fina por assim dizer, talvez aí a razão de minha atração, era muito sutil aquele brilho, sofisticado por demais. Não resisti e lentamente fui inclinando a cabeça em direção aquela imagem por trás daquela diminuta janela que se encontrava emparedada e por onde o sol só chegava indiretamente através de um pequeno espaço que restou entre as duas moradias. Incrível era a lamina de aço que flutuava ao sabor do vento se colorindo da luz daquele canto solitário, o sol pareceu estar inteiramente sobre aquele único fio de aranha tão tênue quanto extenso, tão sofisticado e tão frágil, aquela imagem me parecia tão humana, mas era só um fio, sem teia ainda…